31 março 2013

A miragem

Foi como o teu sorriso trouxesse nos lábios
os sonhos da lua
instantes quentes de uma verdade
que tens para me contar.
Não sei o que fazer com esta vontade
que me é estranha
cheia de pontos de interrogação.
Invento uma tela em branco
em que os meus passos leves
de uma aragem de loucura
num tempo
que não é meu nem teu.
É nosso.
Penduro no meu chão
a porta entreaberta
fecho à chave o teu nome
para nunca me esquecer de ti.

Qual será a razão?

Porquê?
Porque lutamos?
Porque amamos?
Porque sofremos?
Porque usamos as palavras em vez do silêncio,
para mostrar arrependimento?
A palavra desculpa muito usada,
usaria-se o perdão,
pois aliviaria o sofrimento
que causamos no coração.
No coração que outrora era feliz,
que sempre lutar quis,
que sempre amar quis,
mas sofrer nunca quis.
Esta amargura causada,
por quem se cansou,
por quem sempre sofreu
e nunca amou.
Por muito que lutemos
para mudar o passado,
seremos sempre culpados
de o ter criado.
Qual será a razão,
de sermos imperfeitos?
Um dia de tanto lutarmos,
nos crescerá a vontade dentro dos nossos peitos,
a vontade de alcançar a perfeição.